(Hoje o post tem um sentido diferente…hoje é mais naquela das histórias da infância…)
Quando entrei para o 5º ano (e para uma escola nova) desde logo fiquei a saber quem eram os fortes (maus). Qualquer puto que se preze sabe sempre quem são os maus. Não vão querer bater no irmão de um forte, não se vão querer sentar na mesa de um forte com medo que ele vos esmague num exercício de força e poder. Ele pode, ele esmaga. Só porque sim.
Na minha escola existiam três fortes. Estes três fortes eram como uma força de elite, eles davam a impressão de poderem destruir um pequeno país sozinhos. Passo então a apresentar os fortes da minha escola:
-Macaco, o trepador. Ele subia às árvores mais altas, ele saltava de árvore para árvore em alturas incríveis. Só podíamos ter respeito por ele.
-Russo, O forte. Como o nome indica, o Russo parecia…um russo…não um ucraniano, um russo mesmo. O Russo era o músculo do grupo, era o tal que a qualquer momento podia destruir a escola só por se ter entalado no cacifo.
-Morô, o gigante. Morô era um africano gigante, embora magro, e só isso já assustava o comum dos mortais. Se fossem amigos do Morô nada de mal vos podia acontecer. Para sempre. O Morô era uma cópia perfeita do tipo que lutou contra o Bruce Lee num dos seus filmes (Kareem Abdul-Jabbar de seu nome). Só por isso era temível, não é para todos ser-se parecido com um vilão expert em artes marciais.
Estes três indivíduos reinaram durante vários anos, pois para se ser um forte/mau na escola, não se pode ter um QI muito elevado, como demonstra o gráfico ao lado, elaborado por investigadores independentes.
E assim do nada ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZT POW! Passam 15 anos e eu estou numa esplanada à espera do meu café, quando vejo o Morô, outrora o temível gigante africano que eu podia jurar que tinha lutado contra o Bruce Lee, agora um afável e inofensivo empregado de mesa. Ora isto foi um choque maior do que, por exemplo, saber que o wrestling americano era treta, ou descobrir que afinal o Herman José não tem piada, ou se algum dia por acaso eu visse o Malato…digamos… em tronco nu numa festa gay em…ok vocês já perceberam a ideia.
Porquê Morô?
Apesar de hoje em dia eu ser da tua altura e ter o dobro da tua largura (calma ele é mesmo magrinho), tu podias ser “o mau” para sempre. Eu não te devia ter visto nessa posição… Nunca mais ouvi falar do Macaco ou do Russo, por isso posso sempre imaginar o Macaco como uma espécie de Tarzan, em África a combater numa milícia e o Russo como espião da “Mother Russia” (ler com sotaque russo “Madaraxia”). Mesmo que na realidade o Macaco trabalhe num call-center ou que o russo esteja numa clínica de desintoxicação de álcool…
Nunca te vou perdoar Morô, estragaste a imagem que eu tinha da minha infância. O facto de eu nunca ter sido “atacado” por nenhum de vocês fez-me ficar orgulhoso de vos ter sobrevivido, mas tu tinhas que servir à mesa onde EU fui tomar café??!
Just wrong.
Ps- Para terem uma ideia de como ele era, aqui está o link do mítico Bruce Lee vs Kareem Abdul-Jabbar - http://www.youtube.com/watch?v=LsSoX6qB9N0&translated=1
Thanks all, não se esqueçam de visitar o sempre refrescante http://forcanamaionese.blogspot.com
Vamos comer avô!
Vamos comer, avô!
Usem virgulas. As virgulas salvam vidas.
